segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Languidez


Hoje preciso lavar minha alma!
Expulsar tudo que esta preso em mim,
Vomitar! Tudo isso que me faz mal,
Na profundidade desta madrugada...


Hoje talvez chorar...
Mesmo que as lágrimas não venham!
Será que ainda estou a caminhar?
Sinto-me seco demais...


Sentir-me leve de novo [Quimera?]
Gritar! E quem sabe alçar um novo vôo?
Sentir-me alegre novamente...


Antes de amanhecer a noite se torna mais escura
Para aqueles que ousarem sobreviver
À perdição de si mesmo...


Nuwanda, dando-me vírgulas...

domingo, 27 de dezembro de 2009

Vazios²


De onde vem este silêncio que me invade?
Vozes que chegam em desonâncias
Desprezo egoísta pelo outro,
Silêncio! É o que me sobra amiúde...


Tentativas de me desligar...
Anestesiado pelos piores vícios
Vegetando sem nada sentir,
A não ser o amargo auto questionamento...


Dias que se repetem patologicamente
Como poderia ser de outro modo?
Na melancolia mórbida de nada sentir...


Silêncio...
No deserto que sou agora,
Lágrimas que ninguém pode ver...


Nwuanda...

4o. Motivo da rosa


Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.


Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.


Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.


E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.

Cecília Meireles

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Píxel


Neste pálido ponto azul,
Perdido no meio do infinito,
Do nada dentro do vasto vazio...
Quantas ilusões de ser ou estar,
Podem ser levadas a sério?
Nesta partícula desprezível...
Seres humanos de onde estou,
Não podem ser notados...
Seus feitos? São apenas ínfimos segundos...
Nada mais!
Nem você nem eu! Não somos especiais,
Desta distância somos apenas escuridão imperceptível,
Vaidades que não mais interessam!
Medíocres...

"Numa partícula de poeira,
suspenso em um raio de sol,
dentro de um palco muito pequeno..."

Nuwanda,distante...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Grito!


Realidade! É você que eu quero!
Questionada! Criticada! Conjecturada!
Quero a faca em minha pele!
A dor de todos os sentimentos!
Mesmo que sejam desventuras!
Sentir o gosto de sangue em minha boca!
A tensão do que sou e do que quero ser!
Mesmo que nunca venha a sê-lo!
Digo não a tudo que me engessa!
Não! A tudo que seja virtual!
Que se fodam as realidades que não posso tocar!
Quero o verbo rasgado! As palavras que desaquietam!
Quero os gritos! Os amores impossíveis!
Despedaçado! Por pensamentos desvairados!
Recortado! Sem saber quem sou ou o que quero!
Hoje ser e amanha não ser mais!
Até a última gota! Do mel ao fel!
Essa é a realidade enfim...
Nua! crua!... Mas palpável...


Nuwanda

Versos?


Sentido para uma vida questionada!
Será que vale a pena tantas perguntas?
Algumas existências merecem ser enfrentadas?
Conformar-se... Será isso! Enganar-se?
Quanto tempo ando a fugir destes versos!
Se é que posso chama-los assim!
Não deveriam ser os versos alegres e românticos?
Dando esperança a tantos o viver...
Por mais que eu tente não consigo
É a tristeza que me move!
Ou as frágeis ilusões que crio...
Os desejos que logo se esvaem...
Como o fogo que queima a palha...
E nada mais ficando apenas vazios...
Pena que os ventos não os levem como as cinzas
Ao vento! Ao vento! Leve este eu de mim!
E dentro de meu puro egoísmo!
Porque sinto tantas dores como se minhas fossem?
E dentro de meu comodismo!
Sinto as fomes! As misérias! Os desenganos!
De tanta gente desta imitação de país!
Consumista! Miserável e racista!
Maldizendo estes versos pessimistas,
Enviesado nas minhas agonias...



Nuwanda

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Infante


Qual a real essência das coisas?
Será que tudo é feito da mesma substância?
Diferenciando-se sob os nossos olhares?
Coisas! Banhadas sob o mirar dos tolos!

[ Ou sábios...


E assim o infante se arrasta entre combates
Preso a passados idos e futuros temidos...
Mas ainda caminha mesmo sem a paixão de outrora!
Erguendo a arma perante as sombras que se levantam!


Como pode haver a beleza na miséria?
Sinto meus pensamentos misturados!
Sem sentido como essa vida...


Não é assim que fazem os mortos vivos?
Mesmo mortos ainda andam cambaleantes?
Logo! Será mesmo vantagem continuar à marcha?


Nuwanda...Tentando parar...

sábado, 7 de novembro de 2009

Escuro


Quando tudo parece mais ameno
Me volta essa dor! Como facadas no peito!
Devorando cada esperança de seguir...
E lágrimas que despencam sem entendimento...


Sinto que nunca será de outro modo
Solidão que se expande cada dia mais...
Silenciosa espreitando cada possibilidade
E a cada dia o ar é mais escasso...


Morte em vida!
Desassossego quieto!
Entre d0res de cabeça...


Olhar grave anuviado!
De um enganar-se frustrado...
Prevendo caminhos adentrados na escuridão...


Nuwanda

Finitude?


Desespero latente entre tanta gente...
Olhando um mundo que rui em pedaços,
Sem sentido! Sem sentido!
Como fotos consumidas pelo fogo...


Porque andar entre vocês?
Quantas lágrimas sinceras derramaram?
Sem a mácula do puro egoísmo?
Não é isto o nosso tão sublime amor?


Nascemos todos para a morte...
Porque é tão difícil aceitar?
Caminhar em direção ao abismo escurecido...
Olhemos pois para todos os lados antes do fim!


Mas não me obrigue à vida medíocre...
Ao desespero silencioso do arrependimento
Quero todos os erros diante de mim...
Lágrimas? Gargalhadas desdenhosas de minhas culpas...


Nuwanda...???

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Sem volta


Nem tudo podemos esquecer...
Nenhuma inocência pode ser resgatada
Existem caminhos que não tem volta
Nenhuma máquina do tempo,
Pode reverter uma determinada forma de ver...
Nem tudo deveria ser mirado...
Alegrias que se vão feito o pó ao vento
E tudo deixa de acalentar determinadas almas...
Que ousaram desfiar as teias das ilusões
Desta vida de ténues esperanças...



Nuwnada...

Não!


Todo caminho terá volta?
Toda escolha pode ser alterada?
Alguns saberes podem ser esquecidos?
Retroceder... Depois de tanto fugir?


Angustiado! Transtornado! Acometido!
Por mil desassossegos sem fim...
Não é assim quando trava-se o combate
Armas em punho nesta guerra improvável...


Acalmar... Hoje me veio esta possibilidade.
Tranquilo... Na mais serena quietude.
Parando... Dando fim a tantos passos.


E o que fazer depois da paz tão sonhada?
Nesta vida recheada dos meus paradoxos! Brado!
NÃO!!! Atiro a paz para o mais distante de mim!



Nuwanda...

domingo, 18 de outubro de 2009

Guerreiro?


Frente à um grande desafio!
Vislumbro as possibilidades...
Será a calmaria afinal?
Ante mim legiões de demonios!


[pesadelos...


Onde buscar forças quando tudo desfalece?
Tento olhar-me em águas turvas...
Apenas formas disformes de mim...
Descaminhos podem me levar onde quero?


Esbarrando nos mesmo erros...
Ajoelhando frente a meus demonios!
Quantos vícios pode alguém ter?


Acovardado diante de mim mesmo!
A espada já não esta em minhas mãos!
Ainda assim me dirijo ao combate...



Nuwanda...

sábado, 10 de outubro de 2009

Colo


Momentos são as portas para o inefável
Sentimentos tremendos sem descrição!
Como esse agora, essas areias do tempo...
Com você em meu colo e teu olhar de afeição...


Que palavras usar? Nesse segundo que logo findará?
Tenho um gigante em meus braços!
Sua força de viver é minha agora!
Já não sinto mais o peso de meus agouros...


Borboletas são flores que ganharam asas!
Já escreveu uma doce menina...
E você aqui comigo é o indescritível!


Felicidades! De sentir o teu puro amor!
Nas alturas! Ao som dos albatrozes!
Neste momento meu doce filho...



Nuwanda....

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Carcaça


Carcaça! Porque andas a seguir-me?
Rosto negro sujo pela poeira vil...
Quem és tu? Andando arrastado à sujeira?
Com o morto-vivo de estimação...


Olho as ilusões do viver,
Na esperança da momentânea felicidade...
Mas sempre estais à espreita!
Óh! carcaça que me assustas na serenidade...


Mirando-me com olhar pesado!
Será mágoa de algo que fiz?
Lágrimas sujas em teu rosto senil...


Porque me acusas em meio à multidão?
Espectro maldito que apenas eu posso ver...
Sendo tu! Carcaça! Tudo que quero esquecer...


[Neste viver de fantasias medíocres...


Nuwanda.

domingo, 27 de setembro de 2009

Virtuais


Vertigens e delírios por entre carências...
Este têm sido o caminho que te encontro
Ambos perdidos no mundo das sombras...
Onde tudo se dilui vertiginosamente!


Quem pode amar a vida inteira?
Quem poderia ser eterno nesse mundo?
Onde tudo se perde no precipício escurecido...
Alaridos de eu te amo ao infinito...


Somos os mais solitários simplesmente
Somos os mais necessitados de gente...
Escondidos sob os monitores silênciosos...


Percebendo os que se bastam nisso tudo!
Mas para nós felizmente! Isso é pouco vêemente!
Queremos muito mais que virtualidades vazias...


Nuwanda...

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Palimpsesto


Sinto que já não ando mais entre vocês.
E que tudo em mim é diferente...
Diferentemente do que se possa entender
Escrevendo agora provisóriedades de mim...


Quem era aquele que se levantou esta manhã?
E que atravessou este dia tão difícil?
Já não é este que escreve agora...Certamente.
Porque insisto com coisas tão vazias?


Em nome de um Deus em que não acredito!
Em nome de objetivos tão sem sentido!
Sou apenas carcaça entre carcaças!


Como não se arrogar diante do que vejo?
Ser humilde entre medíocres?
E lendo o estranho que eu sou! Digo:


...


Nuwanda...?!?

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Distante...


Reler-me sempre me foi tão estranho,
Cada palavra, cada sílaba!
Estranhamente como não consigo! Entender-me...
Profundidades tão distantes de mim...


Surpreendido por mim mesmo!
Eis aquele que talvez nunca se entenda...
O dito desdito! Desmorona sobre simples perguntas!
De não saber o porquê de nada...


Dias que passam-se agonizantes em mim
Talvez seja tudo um sonho sombrio...
Pois quando sonhamos nada entendemos!


E me agarro a pensamentos dos mais diversos!
Tornando esse caminho ainda mais sinuoso!
E se afastando de mim tristemente...


Nuwanda...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Raizes


Perguntas tolas ou sérias
Ainda perguntas em minha mente...
Novamente sozinho andando a esmo,
Acometido por delírios
Por perguntas sem fim...
Desmoronando sob seu peso desconcertante ...


E mesmo agora trilhando sobre areias
Não existem passos a seguir...
Apenas miragens e meríades de todas as cores
E mesmo sozinho e ferido,
Ojerizo a mim mesmo! E toda danação que crio!
E o vazio me retoma nos braços...


Raízes! Nunca devemos arranca-las por completo!
Desenraizado! Desnudo de vida...
Uma vez arrancadas perecem instantâneamente...
Não é essa a graça da vida? Tudo perecer?
Mas aqui agora não é o riso que toma meus lábios
Mas o silêncio de quem têm raízes mortas nas mãos...


Nuwanda...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Pedido...


Quem pode atender o impossivel?
Ou assinar a própria sentença de morte?
Quem se sujeita a ser segunda opção?
Amar desmedidamente? Suícidio?
Não me peça o que não posso dar-te!
Entregar sem luta o que amamos!
A mercê de momentos alheios...
Na espera do que possa acontecer? Impassível...
Arranco agora a pele de meu corpo!
Veja! Observe minha própria alma!
Desnudo te mostro meu ser! Contrariado!
Tens a adaga em tuas mãos...
A escolha será tua!
Enfia este punhal sagrado agora!
Sem pena sem misericórdia!
Mate-me! Mas que seja rápida! Indolor? Não sei...
Mas não me peça a espera impossível...

(...)

Deveras sei bem...
Encontrei-te na pior das horas!
Mas que outra hora haveria de ser?
E na tua confusão...
Encontrei-te perdida...
E no teu perder-se entre os teus fantasmas reais...
Me achei enfim...
E na minha inocência vislumbrei universos sem fim...
Agora parado frente este caos!
Grito a plenos pulmões! Escuta-me!
Se eu posso mover as montanhas da terra!
Se posso ir do céu ao inferno mil vezes por ti!
Posso tudo! E na tua encruzilhada...Não posso nada...
Então! Brado novamente!
Enfrenta teus fantasmas!
Move o mundo por mim porque sei que pode!
E no momento sublime do existir...
Faz a tua escolha...
Sem que me deixe aqui na espera...


Nuwanda...Enlouquecendo...

Perguntas?


Porque segues sozinho ó viajante?
Andando de olhar grave na escuridão?
Passos pesados marcados com bater de teu coração.
Ritmo triste e descompassado quem és?


Porque ages assim?
Com o orgulho desmedido?
Transbordando todas as taças...
Ferindo gravemente com tuas palavras?


Viajante! Teu caminho leva onde não quero ir...
Para! E reencontre teu trilhar...
Não pelo temor do que te aguarda...


Olha ao teu redor homem da escuridão...
Tem alguém que te espreita e te jura amor...
E se teu coração esta repleto por ela...


[Por que não se entrega?


Nuwanda...

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Guerreiro!


Tenho que ser forte pelo que esta por vir
Preciso me reerguer o mais rápido possível!
Guerreiro ergue tuas armas!
Enfrenta teus desafios mas sem reforços!


Sozinho o brandir de tua espada pode ser mais afiado!
Sozinho tua força a de ser mais destrutiva!
Não pode tirar a vontade do combate.
De outros estranhos que não tu!


Seja forte guerreiro!
Aprenda a lutar na dor!
Se erga das quedas de tuas falhas!


Seja cruel e impassível!
Não te apiede de ninguém!
Nesses combates contra fantasmas...


Nuwanda...Cercado de sombras...

domingo, 6 de setembro de 2009

Lamento


Desassossego rasgado!
Escancarado no rosto!
Encravado na alma!
Sentindo os extremos...


Berrando desesperado!
Palavrões inúteis!
Ranger de dentes!
Ferrete sob a carne...


Indo embora...
Querendo ficar...
Demasiadamente contrariado...


O mais terrível dos céticos!
O mais descrente dos homens!
Apelando pela providência?


[nada pode expressar esse momento...nada!

Nuwnada...pQp

A m o - t e ...


Amo-te da única forma que posso amar-te!
Amando-te na plenitude do meu desejo...
Amo-te da única forma que sei amar!
Amando-te sem medidas paradoxos que crio...
Amo-te ainda mesmo quando te odeio!
Amando-te nas conjecturas de teus juramentos...
Amo-te simplesmente como a cada dia merece!
Amando-te na reciprocidade que ensejo...


(...)



Idealizando um sonho de amar...
Nos cegamos ao que se pode encontrar,
Num desmedido sofrimento trilhar,
Do te amar sem teu amor encontrar...

[dentro do egoísmo do meu querer...
Nuwanda...

sábado, 5 de setembro de 2009

Transpassado


Amores Incontroláveis...
Perpassando-me como setas em fogo!
Como tentei esquivar-me de cada uma delas!
Mas com esta dor em meu peito...Não fui tão rápido


Alma crivada por completo!
Transpassado na mais profunda das dores...
Ainda assim amores?
O amor? Talvez seja demonio afinal?


Arrasado e despedaçado!
Da forma mais sútil e delicada...
Mas não dou viva aos eufemismos...


Se essa dor me invade assim?
Arrancando de mim apenas magoas...
Porque ainda não deixo de amar-te?


Nuwanda...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Invertido


Procuro agora as palavras mais perfeitas!
Mas percebo que esta sendo tudo em vão!
Quais palavras poderiam expressar um doce acorde?
E entre veias e artérias percebo tudo estremecer!


Que os ossos se partam!
Que os vasos jorrem o rubro sangue!
Colapso cerebral!
Coração vertiginoso e desordenado!


A paz nunca será feita para mim!
Nem um dia sequer! Jamais!
De um extremo à outro novamente!



Agora em meio a todo esse caos!
Aquieto repentinamente...
Idealizando sonhos escondidos...


Nuwanda...Observando.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Delírio


Sozinho em madrugadas idas
Me vejo falando entre sonhos,
Relembrando antigos versos esquecidos,
Que me levam até tua imagem em vertigens...


Dizem que tudo pode ser um delírio!
Dizem que juras são feitas para findar!
Dizem que amar é feito para sofrer!
E no no mais ensandecido pulo cair...


Que o ferrete arda em brasas então!
Marque a carne sem hesitação!
Queimando menos que meu coração...


Nada importa os dizeres,
De quem talvez nunca amou...Nunca nasceu!
Quero delirar! Morrer! Sofrer e Voar!



Nuwanda...L O U C O,

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

"Red"


Nas madrugadas sem fim...
Entre fantasmas de outrora,
Esbarro em você doce senhora
E mesmo descrente vejo-te em silêncio...


Por entre barras de ferro!
Incontáveis cadeados de aço!
Muralhas da mais pura rocha!
Mesmo assim te olhei...


Em meio a perguntas e "quase" respostas
Nas entrelinhas do insondável...
Vejo-me frente a teus muros!
E olhando tal estrutura pergunto-me:


[Que muro segura os que tem asas?


E frente a tantos gritos de alarde!
Nossas ausências já se misturam...
Entre dores que já se consomem...
Sob os auspícios da cor escarlate...


Nuwanda...Confuso.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Estar


Quem há de pular?
Lançar-se no mais escuro,
Dos buracos negros...
E no fim espatifar-se de cara ao chão!

Refazer-se, levantar-se?
Rastejar e subir novamente?
Para lançar-se! Cair repetidamente?
Aqui em baixo na pressa em subir,
Ou no desespero da perda...
Quantas coisas deixamos de ver...
.
Deixo os meus pedaços atirados ao chão!
E sento-me a contemplar essa dor...
E percebo como cresço com ela irrefutavelmente,
Mesmo que despedaçado me ergo na lama...

Fria, estéril e vazia...
Onde poucos ousam permanecer...
É onde quero estar,
Até que crie asas de verdade...

.
Nuwanda...

domingo, 30 de agosto de 2009

Gratidão


Hoje me vi em tua companhia
E pude absorver tua força!
Óh! Gigante que teu nome seja meu brado!
Nesses momentos me sinto completo!
E na minha agonia, meus medos enfim,
São todos dispersos perante teu olhar em mim...
E vejo que mesmo você, assim tão grande!
Pode confiar em alguém como eu...Pequeno...

(...)


E mesmo essas lágrimas que me caem agora,
Não são as que em minha tristeza insistem em não cair
E banhando com elas! Já não me sinto seco e vazio...
É um emocionar-se encantante! Altivo! E despreocupado!
E tendo a honra infinita! Mesmo não sendo merecedor de ti...
Só me resta chorar...Como choro agora...
Mas, hoje de alegria... Como há tanto não o faço...

Obrigado meu filho.

Nuwanda...

sábado, 22 de agosto de 2009

Mágoas de mim...


Hoje me ponho a escrever
Colocar no papel algo que sinto
Perceber como são tristes estes versos
Secos, amargos e doloridos enfim...


Palavras apressadas em sair
Como as lágrimas que a tanto não choro
Gotas de sangue das feridas em mim
Vertidas com uma dor que sufoca...


Lamúrios e agonias repetidas
Que a tanto senti-las entedia tanta gente...
Mas que a mim pouco importa afinal...


Quem pode compreender o insondável?
Quem pode ir alem de nós mesmos?
Nas coisas que estão dentro de nós?



Nuwanda...Sozinho.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Repetidamente


Falta-me tantas coisas
Tantos gestos tantos momentos...
Falta-me passos a seguir neste ir
Neste caminhar solitário que me encontro...


Fechei-me! Hermético e imbecil!
É impressionante a altura destes muros
E como me falta o ar nesta prisão...
Respirando este odor bolorento!


O que adiantarão os gritos?
Ninguém pode ouvi-los...Ninguém...
Me sinto sufocar cada dia mais
Neste morrer lentamente, medíocremente!


As palavras se repetem neste lamento sem fim...
Não são versos eu também já sei
São murmúrios covardes e inúteis...
Então tira-me esta alcunha de poeta!


Madrugadas infindáveis!
Agonias intermináveis!
Gemidos insuportáveis!
Vazios insondáveis...


Agora entendo o porquê
De tanta falta de vontade
Agora percebo enfim a indiferença
São o findar de palavras e sentimentos...


[Repetidos...Exauridos....


Que me pedem um final
Uma atitude!
Um pragmatismo!
O que fazer confesso que ainda não sei...


Nuwanda...Covarde...

domingo, 9 de agosto de 2009

Novamente


Viver tudo novamente você e eu...
As mesmas dores os mesmos ais?
Fortalezas dentro de nós eu e você...
E o medo de tudo acabar outra vez...

Minhas intenções são as mais egoístas!
Você já não me conhece?
Então porque me pede para parar?
Pois agora já é tarde demais!


Agora só as palavras me amparam,
Me ajudam neste cativar de ti...
Seduzir-te! Apaixonar-te! Encurralar-te novamente...


Percorrer teu precipício sem fim...
Vasculhar teus desejos de outrora?
E nos teus anseios e temores ver um espelho...

.
Nuwanda...

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Versos loucos


Quem és tu? Quem me sondas sem que meus olhos vejam?
Quem és tu? Que perscruta meus sussurros?
Seria voz a forma de minha loucura?
Andando por entre sombras sem ser notada?
Vendo minha própria demência...
Vejo-te claramente por entre a névoa!
Em meus gemidos, escuto teus passos,
Talvez eu possa ver além dos meros olhos...
Não é a realidade uma limitação do mirar?
Não é a loucura um despropósito?
Fechar os olhos e não mais me importar...

(...)

Quero outro vocabulário!
Quero outra pele!
Outra cor!
Outro sexo... Outro tom!
Quero outros pensamentos!
Outros amores...
Quero outra vida!
Não mais ser perdido!
Ser sozinho...
Quero risos verdadeiros!
Quero chorar não mais de tristeza...
Quero não mais ser visão!
Quero existir!
Quero versos mais sinceros!
Quero conhecer este que escreve!
Quero outra sorte!
Quero a paixão! Quero o amor!
Quero tudo! E não quero nada!


(...)


Pois sei que me escuta agora neste momento ensandecido!
Nestas palavras de desespero e desdém...
Quem sabe não atende os meus pedidos?
Nos meus tantos paradoxos idos...
Ou achavas que na sombra não te verias?
Estando eu também imerso no escuro...


Nuwanda...Dissipando sombras...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Chuva


Eu quero as águas desta chuva,
Quero o frio e a solidão por entre as gotas
Que a chuva se misture as minhas lágrimas...
Neste andar solitário em que ando...

Nesta solidão, neste vazio...
Entre a tristeza de meus pensamentos
Percebo o quanto estou sozinho neste caminhar,
Na agonia de não se saber o porquê de tanta dor....

Mas, ainda assim prossigo! Avante!
Tentando ainda me enganar em meio aos que se vão...
E nesta busca de sentido me agarro a cada ilusão...

[Como se verdade fosse...

Não é apenas frio que a chuva trás
Essas gotas carregam mais que apenas águas
Trazem-me sussuros e lembranças...

[Que apenas poucos podem ouvir...


Nuwanda...Ouve?

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Sonho


Renascer! Hoje eu me desperto!
Hoje preciso de força para prosseguir...
Mesmo sem as muletas seguir...
Para onde? Já não me importa mais...


Já perdi tempo demais tentando entender,
Existem coisas que não devem ser pensadas,
Pois as respostas levam a caminhos negros demais.
E mesmo imerso na escuridão! Quero viver!


Andando a tanto cansado das mesmas dores...
Andando a tanto revirado pelos mesmos fantasmas...
Andando...O continuar a andar me basta agora...


Sonhos! Quero os mais simples...
Sonhos! Os mais banais...
Sonhos! Que me mantenham respirando...



Nuwnada...Ou não.

sábado, 25 de julho de 2009

Ítaca


Viver, mover-se, passar...
Como desejar esta longa jornada?
Quando não se têm a Ítaca desejada?
Cair, suportar, levantar?


Preciso desesperadamente de paixão!
Para cair, suportar e levantar!
Que venha de onde vier!
Que este fogo consuma tudo em mim!


Chegar perto demais? É se queimar?
Que seja! Ser devorado pelas chamas!
E desaparecer em meio as cinzas...


Viver no frio de nada sentir...
No limiar do morrer lentamente...
Para mim quero mais que meras palavras.


Nuwanda.

sábado, 18 de julho de 2009

(...)


Ando a movimentar tanta gente
Sendo o ideal de mais fortes que eu
Dando esperança a tantos mundos
Sendo utopia de tantos e nenhuma para mim...


Mundos virtuais...
Palavras...
Conexões...
Trocando mentiras por mentiras!


Mas! Sou assim!
Aquele que anda sozinho!
Que dispensa a companhia de si mesmo!
Sozinho...Eis o preço do despertar?


Agente de meu próprio caos!
Verdugo de minha própria carne!
Coveiro de minha própria sepultura!
Poeta de meu próprio requiem...



Nuwanda...amém!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Sussurros


Sussurros me vem a todo momento...
Vozes de passados que não querem se esquecidos
Auspícios de futuros que gostaria de evitar...
E de olhos fechados vejo tudo que não quero ver...


Fugir destes traços malditos! Como tentei!
Não escrever nem sequer uma só letra!
Malditos tormentos vãos!
Sons que resistiriam até o fim da própria vida...


Vida...


Que demonios podemos ser afinal?
Torturas sádicas infligidas em nossa carne!
Sempre nós! Sempre nós! Sussurros...
Quem é este que escreve?


Das músicas as mais barulhentas!
Decibéis! Acordes! Que estourem meus tímpanos!
Ainda assim...Sussuros...
Que voz é esta que se faz ouvir mesmo na balburdia?


[Quem é este que escreve????!!!!!!!!


Nuwanda...Certamente um louco.

sábado, 11 de julho de 2009

Inevitável


Pode alguém deter o curso de um rio?
Ou impedir o inevitável?
Quem pode capturar uma ventania?


De mãos dadas andamos agora!
Quem poderia seguir nossos passos?
Se elevar nas alturas de onde estamos?


Era o incomensurável!
E mesmo desdenhando do destino!
Aqui estou! Mirando teus olhos!


Para voar tívemos que cair!
Para amar-te! Tive que te perder!
Pois somente no caos encontramos o amor...


Nuwanda...No caos


domingo, 5 de julho de 2009

Reinvenção


A vida só é possível
reinventada.


Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas...
Ah! tudo bolhas
que vem de fundas piscinas
de ilusionismo... — mais nada.


Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.


Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.


Não te encontro, não te alcanço...
Só — no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só — na treva,
fico: recebida e dada.


Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

Cecília Meireles

Depois do sol...






Fez-se noite com tal mistério,
Tão sem rumor, tão devagar,
Que o crepúsculo é como um luar
Iluminando um cemitério . . .

Tudo imóvel . . . Serenidades . . .
Que tristeza, nos sonhos meus!
E quanto choro e quanto adeus
Neste mar de infelicidades!

Oh! Paisagens minhas de antanho . . .
Velhas, velhas . . . Nem vivem mais . . .
— As nuvens passam desiguais,
Com sonolência de rebanho . . .

Seres e coisas vão-se embora . . .
E, na auréola triste do luar,
Anda a lua, tão devagar,
Que parece Nossa Senhora


Pelos silêncios a sonhar . . .

Cecília Meireles



quinta-feira, 25 de junho de 2009

Incendiário


Fogo! Chamas vorazes! Cinzas...
Queimo em chamas criadas por mim mesmo...
Não é assim com você também?
Nos incendiando a tanto tempo...


Será que ousaremos recolher as cinzas?
E queimar novamente...
Ou simplesmente deixar o vento nos levar?
Talvez por isso tão sozinhos?


[Chamas que varrem todos de perto de nós...



Já sabíamos as consequências...
Incendiários de nós mesmos!
Como a lareira onde queima suportaria?


Consumir cada pedaço de mim...
Que queimem os covardes com minhas chamas!
Que corram com o medo de suas existências!



[Quanto a mim? O vento me leva as alturas...



Nuwanda...podes ver?

sábado, 20 de junho de 2009

Pesar...



O peso de todos os dias que virão sobre mim...
Futuro! Teu nome é demônio!
Porque preocupar-se tanto contigo?
Eu que tenho o olhar mais apurado dentre muitos...


[...Já não tenho mais.


Cego! Cativo das ilusões mais banais...
Neste mirar de mim mesmo apenas escuridão!
Mas, será que ainda vejo além do outro?
Tantos outros me julgando, me adequando...

[...Aqui mesmo as ilusões mais cruéis ainda são notadas.

Cada dia arranco uma raiz do que fui outrora...
Tantos passados vividos de um estranho!
Eu sento e observo, quem era aquele que vivia em mim?
Tantas crenças, tantos sonhos, alegrias...

[...Eis o preço do desprendimento.

(...)

Nem tudo pode ser falado...
Nem tudo pode ser entendido...
Nem tudo pode ser notado...

(...)

Muito menos por mim...


Nuwanda...

sexta-feira, 12 de junho de 2009

paradoxo...


Escombros... Pedaços jogados ao chão...
Caos por todos os lados!
Sentimentos loucos! Desvairados!
Escombros...Ambas paredes ruíram...


Você já sabia que eu não iria parar...
Qual muro deteria minha fúria escarlate?
Lembra que posso ver através de qualquer véu?
E assim te vejo por sobre esse muro que já não existe...


Encurralada? perdida? Louca?
O que esperava? A bonança? Calmaria em meus braços?
Em meio à tempestade não adianta resistir...


E me vejo aqui distante...
Sentindo toda a força deste paradoxo!
Pois...Sinto tudo que sente..As mesmas dores...



Nuwanda...halo...

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Indiferença


Escrever? Como quando trazemos apenas indeferença?
E acordando e vivendo e dormindo...Sem nada sentir?
Não seria este o ideal de muitos? Desprender dos desejos?
Escapar do sofrer? Fugir do sentir? A vida dos equilibrios?


(...)


Escrever?
Por que? Para quê?
Escrever versos vazios? Mentirosos?
Quando as coisas perdem valor? O que se fazer?
Vida vivida pelo equilibrio frágil de um vir a ser...[Que não sou eu...]



Indiferença!
É a ti que clamo!
É a ti! Ó indiferença!
Esta carcaça vazia clama por ti!



Tendo andado por terrenos nebulosos!
Tentei me enganar...
Tendo andado a tanto tempo dentro ilusoes!
Tentei me enganar...
Tomei a mentira por verdade!
Mas, o engano foi a queda de um abismo dentro do outro...


E na queda abri os olhos...Para depois fecha-los novamente



Nuwanda...pqp

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Paciente


Quanto se pode suportar?
Tolerar, absorver calmamente?
Realmente como somos superiores!
Baixando a cabeça e oferecendo nossas vontades...
Nossa vida! Nossos melhores anos...
Injustiças vindas principalmente de quem amamos,
E suportamos!
Subservientes!
Esperançosos!
E lá se vai mais um ano...
Qual comprimido pode oferecer felicidade?
Não queremos felicidades de momentos...
Quantos sinais nosso corpo nos dá?
E...Quantos damos ouvidos?
Existe algo que se retorce dentro de nós,
Com maior ou menor força ele quer sair...
Talvez nosso eu verdadeiro?
Verdades?
O que pode surgir de dentro de nós?
Será que nós ainda existiríamos?
Talvez este seja o medo?
Foda-se! A paciência e a quietude!


(...)



Nuwanda...Seguindo passos?

domingo, 3 de maio de 2009

FOLHAS DE ROSA



Todas as prendas que me deste, um dia,
Guardei-as, meu encanto, quase a medo,
E quando a noite espreita o pôr-do-sol,
Eu vou falar com elas em segredo...
E falo-lhes d’amores e de ilusões,
Choro e rio com elas, mansamente...
Pouco a pouco o perfume do outrora
Flutua em volta delas, docemente...
Pelo copinho de cristal e prata
Bebo uma saudade estranha e vaga,
Uma saudade imensa e infinita
Que, triste, me deslumbra e m’embriaga
O espelho de prata cinzelada,
A doce oferta que eu amava tanto,
Que reflectia outrora tantos risos,
E agora reflecte apenas pranto,
E o colar de pedras preciosas,
De lágrimas e estrelas constelado,
Resumem em seus brilhos o que tenho
De vago e de feliz no meu passado...
Mas de todas as prendas, a mais rara,
Aquela que mais fala à fantasia,
São as folhas daquela rosa branca
Que a meus pés desfolhaste, aquele dia...

Florbela Espanca

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Vastidão


Vazios indescritíveis...
A quanto tempo eu assim sem nada sentir?
Descrente! De tudo e de mim mesmo...
Andando perdido atormentado por desvarios...


Mais eis! Que caindo esbarro em você...
Olhos vastos em verde perdição...
Oh! vastidão de um olhar!
E assim encarei o que ninguém pode ver...


E nesta velocidade dos acontecimentos...
Palavras são atiradas em desonância,
Tentando justificar e racionalizar...Em vão...


Não se pula pela metade!
Não se ama sem cativar e sem ser cativado!
E nesta queda frenética e ensandecida!

Nada temo! Pois encaro o verde do teu olhar...



Nuwanda...

segunda-feira, 20 de abril de 2009

A UM MORIBUNDO



Não tenhas medo, não! Tranqüilamente,
Como adormece a noite pelo Outono,
Fecha os teus olhos, simples, docemente,
Como, à tarde, uma pomba que tem sono ...
A cabeça reclina levemente
E os braços deixa-os ir ao abandono,
Como tombam, arfando, ao sol poente,
As asas de uma pomba que tem sono...
O que há depois? Depois?... O azul dos céus?
Um outro mundo? O eterno nada? Deus?
Um abismo? Um castigo? Uma guarida?
Que importa? Que te importa, ó moribundo?
— Seja o que for, será melhor que o mundo!
Tudo será melhor do que esta vida! ...

Florbela Espanca

Escrever


Apenas escrevo?
Escrevo as coisas que me rasgam o coração
E quando escrevo?
Tento dividir esta dor que é muita para mim...
Se escrevo?
É porque ou estou amando ou estou sofrendo...
Deixar de escrever?
Não sei se poderei fazê-lo...

(...)

Concordo que ultimamente só escrevo amarguras,
Mas, o que fazer então?
Amores! Escrever sobre o amor? Sobre o amar?
Quem me dera mais esta ilusão!
Tenho que me perder! Tenho que me perder!
Como entendo a importância deste perder...
Para ainda viver preciso deixar de mim mesmo!
Mas como é difícil! Deixar este demonio que me persegue!
Talvez nunca poderei fazê-lo...

(...)

Não seria este escrever egoísta...
A tentativa de não me perder?
Como te disse certa vez,
Já não sei de mais nada...



Nuwanda...se perdendo?