sábado, 24 de novembro de 2012
Loureiro
Nada é como gostaríamos que fosse
Tudo é irreal, líquido como esta realidade,
Se desfazendo em sua solidez
Mas, necessitamos tanto de permanências...
Corações que nos são oferecidos,
Sonhos e vidas que não nos pertencem
E voltamos a nos questionar [Dia após dia...
Por que não amar quem nos ama?
E amamos o que é impossível
Tendo mais do que poderíamos sonhar
Nada se torna suficiente nem sequer o infinito...
Seguindo os versos de mágoas idas...
Andarilhos de vidas perdidas
Onde nem eu nem você teremos o paraíso.
Nuwanda
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Epifania
Ergue-se a luz nas montanhas
Não há ninguém nesse momento
Nem dor, nem sofrimento...
E essa solidão já não é tão estranha
É a parte que me torna consciente
Desta imensidão envolta de gente
E torno-me dono do que sempre foi meu
Tudo em mim agora se faz apogeu!
Ergue-se a luz sobre a pedra inerte!
Testemunho a alta alusão e...Tudo subverte...
Envolto na luz estou só...
Enfim acordo deste sonho descrente...
E tudo se torna neste presente, passado
Ilusões superpostas entorpecentes
Nuwanda...
terça-feira, 13 de novembro de 2012
Redenção
Quem me dera que houvesse
Algo além da escuridão que se aproxima
Quem me dera que existisse
Um bem maior, um ser maior!
Algo que me desse esperança de um menino!
Quando meu discernimento
Mostra que não há mais volta
Que o meu "destino" fosse mais brando
Pelo menos com um sentido!
E que um pouco desse peso
Fosse retirado de meus ombros
(...)
Mas, não há nada além!
Nada além de mentiras
Nada além desta tendência
De criar mitos falseados a nossa semelhança
E o desespero toma conta
Ao deparar-me com essa verdade
(...)
Nesse mundo de egos
Nesse mundo de malditos
Demasiadamente humanos
Como já foi dito...
Não virá ninguém,
Nem agora,
Nem além...
Nuwanda?
domingo, 11 de novembro de 2012
Névoa
Que me adiantam os olhos?
Se já não somos mais capazes de ver
Observar as ilusões vãs?
Vendo-te como todos podem te ver
Imóvel nas brumas do teu ser...
Assim te vejo como ninguém pode ver
Miro teus olhos e adentro nesse abismo
Profundezas de ti em mim...
Oceanos de tempo nos teus orbes
Viajem ao infinito para o desconhecido
Quem poderia conhecer-te como eu?
Olhar para dentro e contemplar tua alma
Neste mundo de cegos mortos-vivos!
Gozamos a plenitude de existir!
No infinito de voar nos teus olhos...
Nuwanda!
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Tudo
Tudo em mim agora é tao pequeno
Tudo simples sem maiores alaridos
Passam-se os anos, passam-se as vidas
Sempre tentando, buscando o infinito...
Tempo que se torna o grande advento
Visões envelhecidas, brutalmente aguçadas
Esvaem-se as alegrias, as cores, a fantasia
E tudo se torna tão ínfimo sem importância...
Todos cegos! Quem se importa? Eu me importo?
Em meio ao lixo tantos tentam viver
Meu lugar nesse mundo inexiste?
E o fogo que em mim queimava
Já não arde, não aquece, apagou?
Por que então ainda não deixo de inquietar-me?
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Ilusão
O que será do poeta descrente?
Quando suas musas caem despedaçadas
Versos de sangue na madrugada
Que será do andarilho penitente?
Ai daquele que escreve com amargura e rancor
Versos frios sem sentimento
Falseando máscaras jogadas ao vento
Nos fantásticos desejos irreais gladiador...
Quem há de cativar a indiferença?
Quem há de amar por si só como sentença?
Amar quem não devota sua alma?
Lamentos e murmúrios entre essa gente
Que são benditos de teus benfazejos
Maya dai-me a dádiva do esquecimento...
Nuwanda...
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Eudaimonia
Talvez esteja fadado a vislumbrar
Tudo que já não pode mais ser visto
Atrás dos holofotes o espetáculo irreal
Talvez esteja fadado a sentir
Sentir tudo, todos os sentimentos em cada criatura
Como se meus fossem, como um ladrão
Que não podendo sentir por si mesmo
Necessita do sentimento velado de cada atitude
E tudo se torna fogo e dor
E as entranhas rasgam ininterruptamente
Talvez seja esse o destino dos poetas
Dos mártires de um mundo que já não pode mais ver
Do mundo que já não pode mais amar
Dos que vivem e já não podem mais viver
[...]
E assim vivo não por mim, mas por todos que esqueceram
De viver de verdade nas suas Alétheias reluzentes...
Nuwanda
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Aforismo
E tudo chega em mim de forma tão inesperada
Fogo que me consome em louco arrebatamento
Mistérios que planejam uma emboscada
Desdobramentos desta chama tênue de um momento...
E no distante eu ideal que almejo ser
Forças contrárias me impedem de chegar
Procurando o descaminho para me esquecer
Antagonismos nesta sede de infinito que me assola...
E cada vez que aponto-me para o norte almejado
O tão sonhado encontro da minha existência verdadeira
Sopram os ventos de tempestade que me mantém afastado...
E quando tudo esfria no mais profundo congelamento
Sonho em poder novamente acender o desejo de viver
Nesta vida que me repele de mim mesmo lentamente...
Nuwanda
sábado, 1 de setembro de 2012
Atalho
Se repetem os dias lentamente
Pensamentos destrutivos a me questionar
E por um segundo sou crente à alentar
E vejo a pessoa que minha alma é dependente...
E ao segurar sua mão toda a treva refulgiu
Derretendo o gelo que em mim estava
E sois a luz que na escuridão desbrava!
Nascer do sol com o amor que me fugiu...
E vejo num lampejo como minto
E novamente estou fugindo
Nesses atalhos por onde ando...
E um novo amor há alvorecer
É desamor retumbante à esvaecer
Nesse coração que também se engana...
Nuwanda...
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
domingo, 26 de agosto de 2012
Glória
Deixe-se encher por este sentimento
Mas, não transborde de contentamento
Mesmo que envolto em tristeza...
Pois o que é ser feliz plenamente?
Felicidade projetada aos quatro ventos!
Alegria concretizada nos holofotes
Felizes em meio a tanta miséria
Pobreza de todos os sentidos...Júbilo!
Oh Fortuna! Em teus braços só os mais egoístas!
Para quê! Divergir de tudo? Por que não ser feliz?
Salvação ou condenação? Corações de gelo...
Felicidade ou infelicidade
Tornaram-se questões de sensibilidade
Empatia ao mundo que te cerca...
E se, assim for,
Deixo a satisfação
A divindade para os egoístas...
nuwanda! Vivo.
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Música
Nos meus olhos tristes
Em minha vociferada melancolia
Olha-me meu amor!
Não com o pessimismo de minhas palavras
Não! Elas nada querem dizer que já não saiba...
Escuta-me como doce melodia
Uma musica! Deixe que te toque
Faça-me sublime como as melodias!
Que nenhuma "poesia" jamais sonhou ousar!
E dance! Embalada em meu olhar triste...
E todos os dias tornam-se amanhecer de domingo!
Onde nós não sairemos de nossa alcova!
Ignora então! Meu realismo tão importuno
Pessimismo malogrado, incômodo!
Baila comigo em meio à loucura desta vida
Já não seremos sozinhos...
Nuwanda.
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
Adverso
Houve outrora a quietude?
A paz sossegada desta gente?
Equilíbrio desequilibrado dormente?No conforto desta vicissitude?
A quietude do mortos vivos...
Pois na adversidade sou combativo!
Miríades de sonhos descomedidos...
E me cerca esta gente!
Banalidades receosas, descontentes?
E o cotidiano me atomiza...
E acordo do sono destes tristes
E vejo que estou feliz estranhamente...
No descontentamento de minha alegria!
Nuwanda.
domingo, 13 de maio de 2012
Rosa

Tanta coisa importante se esquece
E é preciso uma data consumista
Para dizer que se ama...
Na minha ignorância do dia-a-dia
Na ausência de minhas ações e atitudes
Faço destas palavras minha revelação
Pois você é o motivo de minha existência...
Quantas tribulações passamos
Quantos anos sofremos juntos
Só eu e você sabemos...
Neste dia como quaisquer outro
Faço do meu viver o teu presente
Por que sois o motivo da minha existência...
[Obrigado mãe]
sábado, 31 de março de 2012
Longe sobre as montanhas

O tormento das mesmas coisas
Que rasgam a carne por dentro
Dilaceram as vontades e desejos
E as palavras tomam o mundo vivido
E tudo torna-se igual sem gosto...
Talvez a hora de parar
Não escrever sequer um pensamento
Talvez a felicidade de não pensar?
Nesta noite insone desejo o sono
Sono em vida na paz que nunca quis..
Sufocar essa vontade mórbida
Que sufoca e aquece paradoxalmente
Nascido em uma época errônea, insuportável...
Solidão na multidão
Corações envaidecidos
Nas bençãos da divina da ignorância...
NUWANDA
Que rasgam a carne por dentro
Dilaceram as vontades e desejos
E as palavras tomam o mundo vivido
E tudo torna-se igual sem gosto...
Talvez a hora de parar
Não escrever sequer um pensamento
Talvez a felicidade de não pensar?
Nesta noite insone desejo o sono
Sono em vida na paz que nunca quis..
Sufocar essa vontade mórbida
Que sufoca e aquece paradoxalmente
Nascido em uma época errônea, insuportável...
Solidão na multidão
Corações envaidecidos
Nas bençãos da divina da ignorância...
NUWANDA
quinta-feira, 29 de março de 2012
Velas negras

Como esses dias de silêncio sufocam
Aperto no peito e coração gélido...
Preciso respirar profundamente
Não existe ar suficiente agora...
Sobre minha cabeça as velas negras
Erguidas pela arrogância incompreendida...
E neste veleiro solitário...
Sob o mastro que me leva... Solidão.
Dai-me teus pedaços!
Deixa que tua boca seja meu ar enfim...
Na antropofagia de se iludir... Devoro-te...
Velas negras! Tempestades! Não se vão!
Ainda vivo! Mesmo sem tua boca!
Seguindo sozinho entre verdades de demonios...
Nuwanda... [desafios de escrever quando se está "vazio"]
Aperto no peito e coração gélido...
Preciso respirar profundamente
Não existe ar suficiente agora...
Sobre minha cabeça as velas negras
Erguidas pela arrogância incompreendida...
E neste veleiro solitário...
Sob o mastro que me leva... Solidão.
Dai-me teus pedaços!
Deixa que tua boca seja meu ar enfim...
Na antropofagia de se iludir... Devoro-te...
Velas negras! Tempestades! Não se vão!
Ainda vivo! Mesmo sem tua boca!
Seguindo sozinho entre verdades de demonios...
Nuwanda... [desafios de escrever quando se está "vazio"]
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Escrevivendo

Estranho desejo de ferir-me
Por sentimentos tão confusos
E ao mesmo tempo tão reveladores
Nesse cotidiano tão vazio...
Nessas linhas tão inquietantes
Que me dizem o que tento esconder
E que para alguns soa tão sem sentido
Onde para mim tudo é tão visceral...
Nesse exercício egoísta e inútil
Tento entender este que escreve
Desvelar o vazio que na alma sinto
Nas palavras que tanto me apavoram...
Quem dera um dia seja honesto
E revele-me o que tanto anseio
Aquietando o espírito que sofre
Dissipando as brumas em mim contidas...
Nuwanda...
Por sentimentos tão confusos
E ao mesmo tempo tão reveladores
Nesse cotidiano tão vazio...
Nessas linhas tão inquietantes
Que me dizem o que tento esconder
E que para alguns soa tão sem sentido
Onde para mim tudo é tão visceral...
Nesse exercício egoísta e inútil
Tento entender este que escreve
Desvelar o vazio que na alma sinto
Nas palavras que tanto me apavoram...
Quem dera um dia seja honesto
E revele-me o que tanto anseio
Aquietando o espírito que sofre
Dissipando as brumas em mim contidas...
Nuwanda...
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Transcendente

Sonho que meus desejos
São idênticos ao de toda essa gente
Falseando a felicidade entorpecente
Sendo feliz na mediocridade que ensejo?
Mas acordo deste sonho de normais!
Que vão para a cova após suas vidas de mausoléu...
Nos semblantes ignorantes da felicidade que decai
Alegrando-me pelo desconforto que em mim faz escarcéu!
Não terei a dúvida do que existe além da montanha!
Destas vidas diminutas que se repetem
Em suas agonias de solidão crente de não vir ninguém...
São idênticos ao de toda essa gente
Falseando a felicidade entorpecente
Sendo feliz na mediocridade que ensejo?
Mas acordo deste sonho de normais!
Que vão para a cova após suas vidas de mausoléu...
Nos semblantes ignorantes da felicidade que decai
Alegrando-me pelo desconforto que em mim faz escarcéu!
Não terei a dúvida do que existe além da montanha!
Destas vidas diminutas que se repetem
Em suas agonias de solidão crente de não vir ninguém...
[Por não ser ninguém.
Desta forma encaro tudo que me dilacera!
Dando risadas adversas que só eu posso ouvir
Deixando para trás quem jamais transcenderá...
Desta forma encaro tudo que me dilacera!
Dando risadas adversas que só eu posso ouvir
Deixando para trás quem jamais transcenderá...
Nuwanda...( Encontrando felicidade na adversidade...
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Sou?

Não sou de ninguém!
Quem deseja me querer?
Ter o que sempre foi impermanente
Desejar pegar sem querer soltar enfim?
Não sei ser nem mesmo de mim
Vivendo sob a intransigência da minha incerteza
Que de tudo duvida e escarnece
Na incompreensão de compreender-me...
Lançando olhares nesse que desconheço
Na angústia de minha letargia
Sou a folha na relva à espera da tempestade...
Quem poderá ser o que vislumbro?
Ser aquilo que nem eu sei o que é...
Nesta solidão envolta de gente...
Nuwanda. [ Além...
domingo, 8 de janeiro de 2012
Não tenhas nada na mãos

Não tenhas nada nas mãos
Nem uma memória na alma,
Que quando te puserem
Nas mãos o óbolo último,
Ao abrirem-te as mãos
Nada te cairá.
Que trono te querem dar
Que Átropos to não tire?
Que louros que não fanem
Nos arbítrios de Minos?
Que horas que te não tornem
Da estatura da sombra
Que serás quando fores
Na noite e ao fim da estrada.
Colhe as flores mas larga-as,
Das mãos mal as olhaste.
Senta-te ao sol. Abdica
E sê rei de ti próprio.
Fernando Pessoa
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