terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Quatro Poemas



Madrugada


Por mais ilusões que eu possa criar
Por mais que eu tente mudar
É nestas madrugadas que me dou conta
Tudo que faço nestes dias distintos
É fuga, uma corrida desesperada
Fugindo de mim, fechando meu olhar
Aqui agora nesta noite repleta de nuvens
Não há luar, não há estrelas...
Só o vento frio em meu peito...
Sussurrando em meu ouvido...
Covarde...Covarde...Olhe para você...
O que realizou?...Quem há de se lembrar?...
Quem há de te amar?...
Em quantos mais você vai jogar suas culpas?...
Uma vez me questionaram:
"O que é uma quase vida?"
Até eu mesmo acreditei na minha resposta, no meu silogismo!
Mas! O que queria dizer não disse...
Quase vida! Quase tudo!
É assim que pode ser resumida esta "vida"
Já escutei também que meu pessimismo não tem cura!
Cura? Que fábula é essa?
(...)
Queria que agora a lua surgisse...
Ou quem sabe uma estrela?
Desta forma poderia filosofar mais quieto
Ou fazer uma linda poesia...
Pois assim poderia desviar estes pensamentos abissais
(...)
É...Mais hoje não vai haver nada além de nuvens...



.

Nuwanda...No escuro as coisas ficam mais claras...



Contradição

As vezes fico a me arrogar

Colocando em evidência "tudo" o que eu sei

Menosprezando esta gente "medíocre!"

Em meus surtos megalomâniacos!

Fico a planejar a forma de "salva-los"

Oh! Massa "ignorante!"

Com suas vidas consumistas!

Em suas falas tediosas! Seus gestos mecanizados!

E passo assim horas a planejar...

Distribuir minhas visões "corretas" de mundo!

(...)

De repente, começo a ver quantas contradições...

E vejo esse mundo "perfeito" que criei

Recheado desses novos "eus" e subitamente congelo!

E percebo estarrecido que este novo mundo...

Não sobreviveria nem um dia sequer!

Desta forma quem é o medíocre então?

Para onde foram os ignorantes?

Onde foi parar o sábio?

Se na minha forma de compreensão

Esse mundo é impossível...

(...)

Onde foi parar minha superioridade?

Nuwanda... o sábio?



A salvo




Caminho florido...

Areia de praia...

Cachoeira d'água cristalina...

Trabalho bem remunerado e prazeroso...

Pensamentos coerentes...

Amores bem calminhos...

(...)

Que delírio é esse?

Como tudo me soa tão estranho? falso?

Meu caminhar é tão inverso...

Porque?

Como refazer caminhos...

Se apago minhas pegadas?

Com todo esse alvoroço!

(...)

Maldito o seja! Papel em branco!

Pare de me pedir palavras!

(...)

Nem todos nascemos no tempo certo...

Nem todos fazemos o que queríamos fazer...

Para alguns a roda da fortuna têm um ritmo diferente...

(...)

Papel maldito! Agora entendo porque te odeio tanto!

Encarar você! Papel maldito!

É encarar a mim mesmo...

E hoje você perdeu papel espelho!

Acabaram-se as linhas...


Nuwnda...Salvo pelo gongo...




lições





Hoje aprendi uma lição

Sobre coisas que não devem ser feitas...

Sobre a hora certa das coisas.

Nunca! Sente-se sozinho!

Principalmente de madrugada, em noites sem estrelas...

Nunca se ponha a escrever, se pôr a prova...

Em noites como estas o melhor é não escrever

Poesias apenas sob o luar!

Ou com uma doce musa...

Que tenha belas madeixas e uma taça de vinho...

Senão! Não se ponha a fazer poesias!

Em noites assim, sem lua, sem estrelas...

O melhor é ir dormir...

Nuwanda...(in)sone.

Nenhum comentário: