
Existe algo que me inquieta
na tênue linha do que é real
e dos fantasmas que me assombram.
Algo que não posso descrever para ninguém,
além de mim mesmo ou meramente gritar no silêncio,
destas páginas vazias, onde releio-me estranhamente.
Nestes descaminhos é que refaço-me e recrio-me,
mesmo nas descrenças que me assolam,
não crer em nada e ainda assim seguir...
Seria esse o amor incondicional? Aquele de quê nada se espera?
Desviante de mim, no desdenho egoísta das máscaras,
prefiro o eu desviante, do desconsolo, do incômodo!
Na normalidade brutal e imperceptível
tudo se torna incolor, tediosamente semelhante
organizado, padrões previsíveis do conforto burguês.
Talvez por isso minha anormalidade chame atenção?
No diferente de mim que tanto me desgasta,
criando para os outros: "eus" de mim que eu mesmo desconheço.
(...)
Na tênue realidade...
Do mirar que nada vê,desse real que se revela,
no olhar que limita em tons multifacetados e caleidoscópicos.
E talvez jamais veja algo em sua totalidade,
muito menos esse "ser" que eu mesmo não sei quem sou,
no mistério esquecido de si próprio sou o único viajante...
Nuwanda? [Não existem intervalos entre o que "desejo" ser e o que sou...]
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