domingo, 30 de novembro de 2008

Será?


Luzes no fim do túnel?
Será que é o que parece ser?
Quando estamos a muito incrédulos
Demoramos a acreditar...



Talvez esteja valorizando demais?
É errado ter esperanças?
Será este o fundo do poço?
Sei que ainda posso afundar mais...



Este vazio crescente de uma tarde de domingo...
Repetindo-se por todos os dias...
E de repente você começa a me falar
De novas maneiras de ver o mundo e as pessoas...


[ será que ainda posso ver?



Como não se arrogar em meio a isso que vejo?
Quantas felicidades compradas...
E belezas tão falsas, em meio a falas tão enfadonhas
Como falar em entrelinhas? Para mentes tão confinadas?


No meio do improvável
Ainda possibilidades?
Lacunas preenchidas?
Metades completadas?


[ São muitas perguntas...


Nuwanda... confuso

sábado, 29 de novembro de 2008

O Vento na Ilha

O vento é um cavalo
Ouça como ele corre
Pelo mar, pelo céu.
Quer me levar: escuta
como recorre ao mundo
para me levar para longe.

Me esconde em teus braços
por somente esta noite,
enquanto a chuva rompe
contra o mar e a terra
sua boca inumerável.

Escuta como o vento
me chama galopando
para me levar para longe.

Com tua frente a minha frente,
com tua boca em minha boca,
atados nossos corpos
ao amor que nos queima,
deixa que o vento passe
sem que possa me levar.

Deixa que o vento corra
coroado de espuma,
que me chame e me busque
galopando na sombra,
entretanto eu, emergido
debaixo teus grandes olhos,
por somente esta noite
descansarei, amor meu.

talvez


Talvez não ser,
é ser sem que tu sejas,
sem que vás cortando
o meio dia com uma
flor azul,
sem que caminhes mais tarde
pela névoa e pelos tijolos,
sem essa luz que levas na mão
que, talvez, outros não verão dourada,
que talvez ninguém
soube que crescia
como a origem vermelha da rosa,
sem que sejas, enfim,
sem que viesses brusca, incitante
conhecer a minha vida,
rajada de roseira,
trigo do vento,

E desde então, sou porque tu és
E desde então és
sou e somos...
E por amor
Serei... Serás...Seremos...

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Frente a teu riso




O que é o impossível?
Quem pode defini-lo?


Certa vez vi uma deusa
Do outro lado de um abismo...


Tentando explicar o impossível
Muitos dirão que é relativo...


Do outro lado deste abismo
Tudo é belo tudo é florido!


O impossível se manifesta
Quando o possível deixa de se-lo


Em meio a campos tão floridos
Cercada de seus lacaios, a deusa me olhou...


Quando isso acontece nos colocamos em ação!
Arranjamos mil desculpas para nosso fracasso


Do meu lado do abismo
Tudo é seco e arenoso, eis o triste andarilho


Eis o impossível! Logo bradamos!
E velozmente um monte de vozes se juntam as nossas!


Aconteceu que de repente! Contrariando o impossível!
A deusa riu para mim! E possibilidades tudo se tornou!


Em meio a tantos não é possível, em meio a essas vozes...
Me coloco a pensar, nesta tão improvável impossibilidade...


Logo me vi com belas asas, atravessando este abismo
Mirando o teu sorriso, nada mais é impossível!


Logo vejo o impossível,como uma quimera inventada
Pelos covardes que não podem assumir a suas falhas...


Nada nada é impossível
Basta que minha deusa ria pra mim!


(...)


Mas as vezes ela esquece
Que seu riso é minhas asas


(...)


E logo me ponho a cair...
Me alternando entre dor e prazer

Sendo assim tão cheio de faltas
Não se esqueça minha deusa...


Que do teu riso eu necessito...



Nuwanda








quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Doce musica


Tudo vai chegar ao fim, afinal
Mas para quê, se preocupar com uma coisa tão banal?
Talvez porque nos gele a espinha?
Por mais bela a melodia
Por mais cruel que esta seja
Vai também chegar a um final
Correndo tanto de um lado para o outro
Deixamos de escutar seus acordes
A mais bela das sinfonias!
.
Vale a pena escutar esta sinfonia?
Prestar atenção a tão bela canção...
Faz a gente perceber que logo ela vai acabar
Talvez explique o medo, de não escuta-la?
E talvez explique tanto barulho que fazemos!
Para abafar a tão bela canção?
Nos enganando que nunca vai ter final...
Mesmo com tantas falásias, com tanto barulho
E mesmo sem querer sabemos que a melodia continua...
.
De olhos fechados!
Aguçando o ouvir!
Respiro cada nota!
Cada acorde magistral!
Em meio ao barulho de vocês!
Canto junto com esta orquestra!
Acordes em minha alma!
Estremecendo meu coração!
Ousando no final, quando tudo silênciar...
.
[Permanecer a dançar...
.
Nuwanda...o dançarino

Repetições


Passando-se horas
Esvaindo-se vidas
Execrando-se sonhos
Amando-se fantasias...
.
A partir de um ideal
A partir de uma mentira?
A partir de uma crença
A partir de uma inocência?
.
Auto se superar?
Auto se Afirmar?
Auto se desesperar?
Auto se mecanizar...
.
Talvez assim ter felicidade?
Talvez assim poder amar?
Talvez assim suportar?
Talvez assim...
.
Entre ciclos ordinários
Entre satisfações momentâneas
Entre aparências tão reais?
Entre vivências disperdiçadas...
.
Nuwanda

domingo, 16 de novembro de 2008

Cheiros


Sou perfume para você
Tua fragrância a tanto pretendida!
Sou uma parte deste cheiro
Que se completa com o teu!
Cheiro bruto!
Cheiro puro!
In'natura!
Hipnotizando minhas vontades
Que cheiro é esse?
Penetrando em nossas almas
Profanando nossos gestos...
Impregnando minha vontade
Traindo minha razão...
Será esse o cheiro do amor?
Respira-me! Respira-me!
Sente tudo o que nos esta sendo dado...
Impregnado de você!
Que escolha eu tenho?

[ misturado em você...


Nuwanda





quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Exaustão


Exausto sem nenhuma força
Neste navio sem rumo
Em meio a tempestade incessante
Onde as esperanças já se perderam...


As velas todas se foram
A deriva em meio as palavras
Palavras a muito sem sentido
Escritos cheios de vazios


[ vazios que são feitos todas as coisas?


Deitado por sobre esse livro
Que não têm mais nenhum atrativo
Páginas que nada revelam
Poesias que não mais adiantam


[ que já não acalentam a alma...


Lágrimas do canto do olho
Essas sim, são as mais tristes
Pois geralmente estamos caídos
Lágrimas sem esperanças...


Nuwanda

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Minha flor


No mais profundo abismo
Inascessível a qualquer um
Escuro e frio...
Ela esta isolada, sozinha


[Uma florzinha um tanto egoísta...


As paredes do abismo refletem como um pálido espelho
E ela se envaidece nesta solidão tão triste
É apenas o que têm...
Muitos já tentaram chegar nesta flor...


[ mas todos repelidos, sem nada compreender...


Mas, um dia a florzinha...
Se viu diante de um desvairado
Que ousou olha-la
E fazer ela ver o quanto era infeliz...


[ e ver que ele também era infeliz...



Esse louco caiu neste abismo por sua arrogância
Mas no impacto da queda
Ao acordar, viu que tudo era uma cruel ilusão
E se apaixonou pela florzinha egoísta


[dois egoístas...


Ele cuidou da florzinha
E a amou de verdade
E depois de tanto tempo de tantos cuidados
A florzinha também o amou...


[será que sairão deste abismo?


Nuwanda




Mãos


Tantas palavras guardadas
Tantos escritos escondidos
Nestas mãos a tanto esquecidas
Quantas linhas? Quantos traços?
.
Sempre dispostas a escrever
Os mais belos poemas pra você
Só precisam de um carinho
Ou talvez um singelo olhar?
.
Cada verso um sentir...
Cada verso um gritar!
Cada verso um ruir...
Cada verso um desvairar!
.
Vão além de qualquer voz
Vão além do que eu mesmo sei
Estas mãos escondem segredos
Segredos que a tanto busco entender
.
Nuwanda

Quem ousaria?





Quadro vazio, lousa em branco?
Quem resistiria? Se olhar neste espelho fatídico?
Tendo retirado todas as camadas de tinta?
Encarar a si próprio? Nú sob o próprio olhar?



Retirar toda esta tinta
Destroçar todas estas ilusões
Quem ousaria fazer tamanha loucura?
Retirar todo o sentido de viver?


A ignorância como se diz:" É uma bênção"
Até o momento que ousamos encara-la!
Será que vale a pena? Tamanha tarefa?
Agora estou aqui, rodopiando em meio a tantas dúvidas...



Sozinho...
Refletindo?
Sozinho...
Desistindo?


[pode ainda haver sentido?

.
Nuwanda o temerário...




















quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Bela vida!


Vivendo assim no limiar da dor
Nos extremos de cada viviscitude
De cada ser que encontramos no caminho
Onde tudo vai acabar?

Rir! Era o que eu deveria estar fazendo
Tudo em vão, tudo a esmo...
Esse é o problema de andar em labirintos
Acabamos nos perdendo...

Agonia, solidão e morte...
Eis o tão belo "viver" de verdade!
Mas existem diversos meios de tapar os olhos
Acho que minhas mãos estão amarradas...

[talvez por isso te inveje tanto? Invejo?

O futuro nunca existiu!
O passado só ficou na lembrança...
O agora, só ele esta aqui!
Quantas vezes isso já foi dito?

Quem quereria companhia tão agradável?

(...)

Nuwanda






domingo, 2 de novembro de 2008

Sozinho?


A cada dia me convenço
O que vale é ser sozinho
Sem ninguém pra te amolar
Sem ninguém que possa amar...


Podem discordar do que digo
Até eu mesmo posso discordar, posso?
Há outra forma de se aquietar?
Se não for sozinho a se estar?


Que maravilhas!
Tudo na mais completa calma!
A tão sonhada "Ariane", a paz a tanto buscada?
Solidão? Será você que tem a chave do sossego?


Mas! Mesmo querendo a tanto esta paz
Mesmo sonhando tanto em ser sozinho
Em nunca mais! nunca mais! amar ninguém!
Estou condenado a nunca mais ter um segundo de paz...


[já não será uma solidão assim tão calma...


Nuwanda