
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Tormento

Vontade de gritar! Por demonios acometido!
De chorar enlouquecidamente, perdidamente...
Pele rasgada em carne viva, ferido...
Setas que me rasgam o coração desvalido!
Destruído em pedaços sou alienado!
De nada sei, nada vi, resta-me o desconhecido
Sem você! Miríades de agonias desolado!
Vagando nas ausências de tuas presenças, perdido...
Em vão escrevo agora neste momento
Na solidão em mim reflito...
Nas lágrimas solitárias de meu desalento...
Maldito seja o amor! Malditos sejam essa gente!
No teu sentimento refletido no meu...A dor...
No medo de perder o que nunca se teve realmente...
Nuwanda... Mirando o vazio...
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Vaidade
Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!
Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!
Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a terra anda curvada!
E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho... E não sou nada! ...
Florbela Espanca
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Indizível

Quem poderá entender a tormenta?
Que assusta e arrasa tudo em volta!
Os sensatos fogem em desespero
Compreender-te é assim insanidade...
Para te ver tive que ousar
Para te ter tive que pular
Dentro do abismo de teus olhos
De tua alma incompreendida...
Espelho em mim do que você é de verdade
Espelho em ti do que busco ensandecido
Que amedronta os que não possuem imensidade...
No caos do fogo e da loucura
Reside esse amor abissal
Que apenas eu e você podemos sentir...
Nuwanda...
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Crente

Creio que no mundo infelizmente
Não se saiba amar como desejo
E me destruo completamente num lampejo
Delírios tolos de viver perdidamente...
Perder o tempo precioso!
Amar!? Só se for a um filho!
Amor! Aqui agora de ti me desvencilho!
Me venha a solidão ser feliz ser leproso!
Sou aquele que cairá no esquecimento...
No empenho entristecido
De ser mais! De ser melhor que toda essa gente!
Quem nunca amou e vive a arrogar-se de amor!?
Sou o que encara o que não se quer ver...
Vê? Ousas ver? O que te trará tamanha dor?
Nuwanda! Que se foda o mundo!
Descrever

Que pena nesse papel
não posso descrever sentimentos
que são permitidos em mim!
Em meu corpo estar imprimido
tudo que não posso revelar nessas linhas.
Como a plenitude de um sorriso!
O toque suave da gota de chuva em nossos rostos!
Como contemplar o nascer ou o pôr do sol no horizonte.
Ou simplesmente sentir o perfume
das rosas nas manhãs de verão!
Impossível descrever,
basta sentir!
Assinar:
Postagens (Atom)