sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Belo lugar


Artimanhas do amor
O amor realmente não existe na terra
Apenas aproximações de se amar
Não vale a pena escrever sobre ele


É demônio certamente
É desgraça em uma vida
Desassossego na alma
Amaldiçoados os que amam


Conspiração pra se vender alguma coisa
É pra isso que ele sem dúvida serve!
Seres humanos, são certamente "humanos"
Relações de puro interesse!


Neste mundo miserável
Injusto por excelência!
Como esperar que exista algo de bom?
Mas temos de ter "esperanças" não é?


Se fossemos todos sábios
E podessemos ver toda a verdade
Quantos de nós restaria?
Certamente seria um lugar deserto...


Nuwanda







quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Vem...


Já posso ver ele chegar...
Nosso dia tão esperado
Nosso (re)encontro a tanto aguardado
Nossas juras a serem cumpridas
A união de nossas almas...


.
Meu olhar que encontra o teu
Podendo te ver afinal...
Tudo a girar, desaparecendo ao teu redor
Só resta teu olhar angelical...


.
Seguro tua mão...
É o prelúdio de nossa condenação
E deixo afinal você me guiar...
Amansando este coração inquieto


.
E ver que por baixo de toda esta armadura
Há um menino que necessita de você...
E descansar afinal, calar, silenciar...
Olhares, gestos, carícias, sentimentos...


[ só assim é que quero falar contigo agora...



.
Nuwanda








Anjos


Acabaram minhas dúvidas
Se você existia realmente...
A muito que me negam sua existência
Chegando até eu próprio, duvidar!
Nunca me alegrei tanto por ter errado!
Para minha sorte?
Para o meu regozijo, ai!
Pois me deparei com você!
Frente a frente com o impossivel! Ai!
Perplexidade estampada em meu rosto
Mas frente a tua luz, toda minha escuridão se dissipou...
Seus dourados cabelos seduziram meu olhar, ai!
Sua boca fomentou os mais cálidos desejos, ai!
E a cada sorriso seu era o prenúncio de meu fim, ai!
Sua tez, seu colo, seu pescoço! Ai!
Seu olhar?
Ainda não sei...
Pode um mero mortal?
Ser merecedor de tal dádiva? ou castigo? Ai!
Esvaneceram-se todas as dúvidas...
Porque agora sei
Que anjos existem!
Que você existe...


Nuwanda

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Por sua causa


Uma vez que se prova de teu néctar
Tudo mais perde a cor
Nada mais para apreciar
Tudo se reduz ao teu redor...
.
Porque não escutei os teu avisos?
Porque não me afastei enquanto era possível?
Agora estou aqui encantado, perdido?
E tudo ocorreu tão subitamente...
.
Agora fico assim, confuso...
Com tua presença me envolvendo
E com ela esse mar de dúvidas...
Me angustio! Me exaspero!
Pois quero ser "além de um homem" para você
.
Envolvido...
Inebriado...
Angustiado...
Por sua causa...

.
[és demónio?


Nuwanda...
























segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A esmo...


Escrevendo a esmo...
Em busca de um amor verdadeiro?
Quantas juras você vai precisar?
Para entender o que tanto tento explicar


Querendo a esmo...
Coisas que nunca vou ter
Momentos que apenas posso sonhar
Não seria a vida uma grande quimera?


Vivendo a esmo...
Onde tuas perguntas
E tuas dúvidas não levam a nada...
Apenas tempo que não volta mais


Amando a esmo...
E mesmo sem te tocar
Mesmo distante como falaste
Sou mais real e mais presente
Que qualquer um que já amaste...

Nuwanda

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

(in)casulo?


Será que algum dia tive você?
Será que algum dia você me teve?
Quisera vislumbrar mesmo que distante
Teu sinistro plano...


O que passa em teu interior
Que tempestade é essa?
Onde nada se pode ver...
Quando surgirá alguma luz?


Quais teus desejos?
Por que me atormenta tanto?
Por que estou assim tão ligado a você...
Neste disforme casulo...


Sai desta prisão!
Rompe as barreiras!
Já faz bastante tempo...
Você pode brilhar!

[Como brilha para mim...


Nuwanda


Enganos?


Se enganar, se enganar?
Quando nos afastamos
de tudo e de todos
nosso discernir é afetado?


A tanto sozinho...
Tomando sombras por realidades?
Se perdendo do convívio real?
"convívio real"


Neste viver amiúde
só encontro realidades forjadas
e paradoxalmente, incontestavelmente
Sombras reais!


Logo o que é real então?
Talvez tudo seja uma fuga...
Mas neste desviar
Tudo se torna tão verdadeiro...


Se enganar, se enganar?


Nuwanda

domingo, 19 de outubro de 2008

Veloz


Nesta estrada solitário
Onde meus pensamentos são abafados
Por este vento cortante
Cada vez mais rápido...


A vida por um fio
Veloz por entre meus pensamentos
Solidão a tanto protelada
Mas por mais que eu corra
Não consegui me afastar de você...


Foi assim neste exílio
Nem o melhor dos amigos
Conseguiu me afastar de ti
E na madrugada eu chorei...


A vida por um fio
Cada vez mais veloz
Você não me sai da cabeça...
Será que estava assim tão sozinho?


Nuwanda

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Freedom


Quando te amei outrora
Te queria toda para mim
Sufocando tua e(ss)ência
Não deixando assim você sair do casulo


Quando te amei outrora
Era êxtase e delírios
Mas te consumia demasiadamente
Enquanto eu voava...
Você caía...


Agora começo a entender
Depois de passado o delírio
[Será que passaste?
Que eu é quem estava errado
Em querer te amar
Em querer tua po(ss)e...


Quando te amo agora...
Te amo com ousadia
Te amando com amor de verdade!
Onde você e eu
Seremos enfim...
Livres...


Nuwanda

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Leveza


Em meio a tua leveza
em meio a tua serenidade
és como a mais límpida das fontes
água cristalina, de beleza sem par

Em meio a tantas outras
és incrivelmente bela!
És beleza que não se pode explicar
és força da natureza!


Em meio a tantos desamores
sois o contra peso de meu pesar
a mão que não falha em me afagar
a voz que não cessa em me alegrar


E assim a cada dia se torna mais forte
esse amor que trago no peito
esse amor que construimos juntos
um amor que não quer tua posse
mas que almeja nossas liberdades


Por você...
Pra você....
Com você...
Eternamente...


Nuwanda



quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Momentos


Momentos rápidos e intensos
as vezes não os percebemos
outras já nos angustiamos
antes que eles sequer comecem
pontos e intervalos no viver
momentos intensos e vívidos
pode ser numa rápida conversa
ou num toque ou numa dança...


Nunca consigo repetir um momento
eles são assim: Únicos!
Não aceitam reprises
mas, podem ser revividos de formas diferentes
tornando-se mágicos de novo
e que cor dão ao cinza de se viver
momentos coloridos com você
que aquarela formaremos?

Vamos caçar momentos!
Aguçar o olhar!
mas, sozinho não vou conseguir...
Preciso de você, segurando minha mão
e mostrando para onde olhar...
Isso sim já seria um doce momento!


Com você...
Cada simples gesto ou som
já seria um eterno momento...


Nuwanda






terça-feira, 14 de outubro de 2008

o teu riso



Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.

Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.

Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.

Pablo Neruda

Batalhas


Batalhas travadas
Nesta dura existência
Quantos inimigos terei que destruir...
Para te ter aqui comigo?
Quais as escolhas?


Imagino o descanso
Enternecer afinal...
Com a cabeça em seu colo
Olhando direto para sua alma
Poderosa liberdade!


Mas não agora!
Tenho que vencer meus demônios
Afiar as armas!
Brandir a espada em meu escudo!
Mesmo em meio a tantas derrotas...


E em meio a tantos ferimentos
Chegará a tal propalada felicidade!
Você! Será meu prêmio mais valioso!
Maior do que o meu auto despertar...
Você será minha poderosa liberdade!


Nuwanda

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Efervescência


Nas profundezas de mim
Ainda um resquício de algo bom?
Deste jeito percebo
O quanto sou desconhecido pra mim...


Ávido por você...
Desejos sem nexo algum...
Isso eu sei, mas não quero saber
Agora surge essa força!


Queria que sentisse o que sinto...
Sensações delirantes!
E neste momento estou feliz!
Incrível! Literalmente nas nuvens!


Se este sentir perdurar...
Serei o mais forte dos homens!
Sinto ele percorrer todo o meu corpo!
Sensação doce e perigosa!


Mas logo sei que vai passar
Logo cada segundo é precioso
Efervescência dentro de mim...
Hoje estarei em minha plenitude...
.
Nuwanda







sábado, 11 de outubro de 2008

Quisera que sim...


Ainda alegrias?
Em meio a tantas desventuras
Ainda esperança?
Em meio a tanto desamores...

Tristezas incontidas
Alegrias momentâneas
Barbáries sem tamanho!
Gestos espontâneos?


Eis o grande desafio:
Encontrar alguns motivos
Quem justifiquem este desatino...
Ainda vale a pena?


Nesta estrada aqui sozinho
Repensando tantas coisas...
Nesta vida desdenhosa
Há ainda uma esperança?


[quisera acreditar que sim...


Nuwanda

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

(in)sone


Quem pode te entender?
Neste teu mundo particular?
Distante, sozinha?
Aqueles que se aproximam, o que buscam?


Mas frente a tua bruma...
Todos recuam, perplexos
Só conseguem ver teu exterior
E como és de verdade...
Alguém ousaria entender?


Eu! Apenas eu!
Mesmo que duvide!
Posso entender este mundo (in)casulo
E me aproximar desta solidão
E o que busco, é muito mais do que outrora buscaram....


Tua neblina, teus ardis...
Não me fazem recuar
Meu olhar despedaçou as noções de bem e mal
Logo como sois de "verdade"
Só eu posso entender...


E nesta alta hora da madrugada
Em meio à sombras e escuridão
Onde todos dormem tranquilos
Eu e você (in)sones, envolvidos pelo silêncio
Dissipamos todas as dúvidas...


Assim não existe mais
Eu ou você
Apenas nós...


Nuwanda

domingo, 5 de outubro de 2008

Eu?


Quanto tempo posso continuar?
Quanto tempo as grades podem suportar?
Não há mais como sufoca-lo!
Preciso deixar que saia do cativeiro!


Sempre esteve aqui
Acorrentado, amordaçado
Reprimido, sufocado...
Mas agora grita! Berra!


Os muros não suportam mais
Já começam a ruir...
Em meio aos destroços
Ele resisti, de pé!


Esta prestes a transpassar
Esses tolos limites!
Nem "Nuwanda"...
Nem "Raul"...



Apenas eu mesmo...
[...intervalos de mim...

Nuwanda?

sábado, 4 de outubro de 2008

Acordar, viver

Como acordar sem sofrimento?
Recomeçar sem horror?
O sono transportou-me
àquele reino onde não existe vida
e eu quedo inerte sem paixão.


Como repetir, dia seguinte após dia seguinte,
a fábula inconclusa,
suportar a semelhança das coisas ásperas
de amanhã com as coisas ásperas de hoje?


Como proteger-me das feridas
que rasga em mim o acontecimento,
qualquer acontecimento
que lembra a Terra e sua púrpura
demente?
E mais aquela ferida que me inflijo
a cada hora, algoz
do inocente que não sou?


Ninguém responde, a vida é pétrea

Carlos Drummond
Dá-me a tua mão

Dá-me a tua mão:
Vou agora te contar
como entrei no inexpressivo
que sempre foi a minha busca cega e secreta.
De como entrei
naquilo que existe entre o número um e o número dois,
de como vi a linha de mistério e fogo,
e que é linha sub-reptícia.

Entre duas notas de música existe uma nota,
entre dois fatos existe um fato,
entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam
existe um intervalo de espaço,
existe um sentir que é entre o sentir
- nos interstícios da matéria primordial
está a linha de mistério e fogo
que é a respiração do mundo,
e a respiração contínua do mundo
é aquilo que ouvimos
e chamamos de silêncio.

Clarisse Lispector


quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Vencido...


Sujeitado, ajoelhado!
Quantas derrotas posso sofrer?
Conhecimento inútil!
Mais uma dose de ilusão?


O que sou não vale de nada!
Neste mundo doente...
Só o ter têm serventia!
Malditos anões! Estão em todos os lugares!



Porque não viro a mesa?
O que me prende a esta mediocridade?
Tenho força eu sei!
Posso ver o que ninguém mais vê...


"O importante é saber ser pobre"


A mais sábia de todas as máximas!
Quanto menos necessidades melhor!
Quero me desprender deste mundo...


Só não posso me perder de você...


Nuwanda...


quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Set


Um grito de dor!
Set acabara de nascer!
Rasgando o flanco de sua mãe
Talvez um Deus verdadeiro?
.
Set foi assim
Maldade em meio aos mortais
Mas também o mais humano dos deuses?
Oposto ao "ser bom"
.
Fugindo das convenções
Gritando aos quatro ventos!
Set assassina seu irmão
Usando o ardil mais humano

Inveja
Ganância
Prepotência
Falsidade


Há coisas mais humanas?
Quem conseguiria viver como Osiris?
Ou ao lado de Isis?
Temos na alma traços de set


E veja quanto esforço!
Quanta gastura!
Quanto sofrer!
Para sufocar tais qualidades?


Pode alguém fugir do que é?
Neste conflito!
Entre Set e Osiris
Não sei se posso vencer...


Será que quero?


Nuwanda